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SARAMPO (MEASLES)

 

 

            Vamos falar um pouco sobre Sarampo, descrita desde 900 a.C., de distribuição mundial e ainda hoje responsável por milhares de mortes por ano. Já havia sido erradicada no Brasil mas atualmente o país enfrenta surtos em São Paulo (384 casos), Pará (53), Rio de Janeiro (11), além de casos no Amazonas, Roraima, Santa Catarina e Minas Gerais. Em 2018 foram mais de 10.000 casos confirmados e em 2019 mais de 450 até esse mês de julho.

            Segundo dados da Secretaria de Saude do Paraná, não foram confirmados casos no estado. Somente 3 turistas paulistas com sarampo que foram atendidos de passagem pelo estado. A doença é contagiosa e a única prevenção é com a vacina, sendo indicadas 2 doses entre 1-29 anos, e 1 dose entre 30-49 anos.

 

            Sarampo é uma doença causada por vírus (vírus do Sarampo, que pertence ao gênero Morbillivirus, da família Paramyxoviridae). Trata-se de doença infecto-contagiosa que atinge pessoas de ambos os sexos em diferentes idades, sendo mais comum na infância. É uma doença grave e extremamente contagiosa por meio da fala, tosse ou espirros. A vacinação é o único método de prevenção. A gravidade da doença vai depender da imunidade da pessoa, da suscetibilidade da população e da circulação do virus na área. Sendo mais grave geralmente em menores de 5 anos.

 

            O sarampo se manifesta com quadro de febre alta acima de 38,5ºC, tosse seca, coriza, dor de garganta, dor de cabeça, conjuntivite e lesões na mucosa oral (sinal de Koplik). Dois dias após esse quadro inicial surgem as lesões na pele, que se iniciam no rosto e atrás das orelhas para depois se espalharem por todo o corpo (exantema maculopapular generalizado). A duração é de cerca de 7 dias. No periodo de remissão a pele apresenta uma fina descamação (furfurácea). 

 

            A doença compromete a resistência do hospedeiro, favorecendo superinfecções virais ou bacterianas, levando à complicações. As mais frequentes são: otite, pneumonia, doenças diarreicas, doenças neurológicas. As complicações do sarampo podem deixar sequelas, tais como: diminuição da capacidade mental, cegueira, surdez e retardo do crescimento. O agravamento da doença pode levar à morte de crianças e adultos. A persistência de febre três dias após o aparecimento das lesões no corpo pode ser um sinal de alerta para complicações.

 

O diagnóstico do sarampo é realizado mediante detecção de anticorpos IgM no sangue, na fase aguda da doença, desde os primeiros dias até 4 semanas após o aparecimento do exantema. Os anticorpos específicos da classe IgG podem, eventualmente, aparecer na fase aguda da doença e costumam ser detectados muitos anos após a infecção.

Para detecção de anticorpos, são utilizadas as seguintes técnicas:

·      Ensaio imunoenzimático (ELSIA), para dosagem de IgM e IgG – utilizado pela rede laboratorial de saúde pública no Brasil;

·      Inibição de hemoaglutinação (HI), para dosagem de anticorpos totais;

·      Imunofluorescência, para dosagem de IgM e IgG; e

Todos os testes têm sensibilidade e especificidade entre 85 e 98%.

É imprescindível assegurar a coleta de amostras de sangue de casos suspeitos, sempre que possível no primeiro atendimento.

Amostras coletadas entre o 1º e o 2º dia do aparecimento do exantema são consideradas amostras oportunas (S1). As coletadas após o 28º dia são consideradas tardias, mas mesmo assim, devem ser enviadas ao laboratório.

Os testes de IgM com resultado reagente ou inconclusivo, independentemente da suspeita, deve ser notificado imediatamente para a continuidade da investigação e coleta da segunda amostra de sangue (S2), que é obrigatória para a classificação final dos casos. Ela deverá ser realizada entre 20 e 25 dias após a data da primeira coleta.
Os casos suspeitos estão sujeitos a dúvidas diagnósticas, devido a:

·      Dificuldade em reconhecer o sarampo entre outras doenças exantemáticas com quadro clínico semelhante, com possibilidade de se apresentarem reações cruzadas relacionadas ao diagnóstico laboratorial;

·      Aparecimento de resultados laboratoriais falso – positivos; e

·      Casos com história vacinal fora do período previsto para evento adverso.

Também é necessária a coleta de espécimes clínicos para a identificação viral, a fim de se conhecer o genótipo do vírus, diferenciar um caso autóctone de um caso importado e diferencial o vírus selvagem do vacinal. O vírus do sarampo pode ser identificado na urina, nas secreções nasofaringes, no sangue, no líquor ou em tecidos do corpo pela técnica de reação em cadeia da polimerase (PCR).

As amostras dos espécimes clínicos devem ser coletadas até o 5º dia a partir do início do exantema – preferencialmente, nos três primeiros dias. Em casos esporádicos, o período de coleta pode se estender, aproveitando a oportunidade de coleta das amostras para identificação viral.

A conduta para classificar um caso suspeito de sarampo, a partir da interpretação do resultado dos exames sorológicos, tem relação direta com o período quando a amostra foi coletada (oportuna ou tardia).

 

            Sarampo ainda não tem tratamento específico, deve-se manter a hidratação, o suporte nutricional e o controle da febre. Em crianças deve ser usado Vitamina A (Segundo a OMS – Organização Mundial da Saúde).

 

Esquema vacinal do sarampo

Crianças de 12 meses a menores de 5 anos de idade: uma dose aos 12 meses (tríplice viral) e outra aos 15 meses de idade (tetra viral).

Crianças de 5 anos a 9 anos de idade que perderam a oportunidade de serem vacinadas anteriormente: duas doses da vacina tríplice 

Adolescentes e adultos até 49 anos:

·      Pessoas de 10 a 29 anos  -  duas doses das vacina tríplice 

·      Pessoas de 30 a 49 anos  - uma dose da vacina tríplice viral

Quem comprovar a vacinação contra o sarampo conforme preconizado para sua faixa etária, não precisa receber a vacina novamente.

 

IMPORTANTE: Quem já tomou duas doses durante a vida, da tríplice ou da tetra, não precisa mais receber a vacina.

 

Quem NÃO deve receber a vacina contra o sarampo?

·      Casos suspeitos de sarampo.

·      Gestantes - devem esperar para serem vacinadas após o parto. Caso esteja planejando engravidar, assegure-se que você está protegida. Um exame de sangue pode dizer se você já está imune à doença. Se não estiver, deve ser vacinada um mês, antes da gravidez. Espere pelo menos quatro semanas antes de engravidar.

·      Menores de 6 meses de idade.

·      Imunocomprometidos.

 

Adulto que não lembra se tomou a vacina, pode vacinar de novo? Há riscos?

Se não há comprovação de vacinação nas faixas indicadas, há necessidade de adultos receberem a vacina. Não há risco para a saúde. A caderneta de vacinação é um documento pessoal muito importante e deve ser guardada por toda a vida. A criança,  o adolescente e o adulto até 29 anos de idade devem receber 2 doses. Se houve vacinação de 12 e 15 meses, não precisa receber outras doses. Mas, se recebeu só uma dose, tem que atualizar a situação vacinal, seja na fase adolescente ou adulta. Para quem tem 30 a 49 anos de idade e não tomou nenhuma dose da vacina, deve buscar os postos para receber uma dose única.

 

Pais que não sabem ou não lembram se deram vacina para crianças, podem vaciná-las?

Se não há comprovação de vacinação nas faixas indicadas, devem ser vacinados. A criança sem confirmação de qualquer dose deve receber duas doses, com intervalo mínimo de um mês. Não há risco para a saúde. A caderneta de vacinação é um documento pessoal muito importante e deve ser guardada por toda a vida. 

Dr. Guilherme Graça Cardoso – Dermatologista

22/07/2019

 

Fontes:

  1. Ministério da Saúde – www.saude.gov.br

  2. Secretaria da Saúde do Paraná – www.saude.pr.gov.br

Belda Jr W, Criado PR. Tratado de Dermatologia, 3ª edição. 2018.

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